
(Creative Commons / Flickr / Matthewalmonroth)
Décadas atrás, a pequena aldeia de El Chalten Era apenas um destino para eremitas e escaladores difíceis. Para eles, as paisagens patagônicas de lagos derretidos com águas azuis e leitosas se misturam perfeitamente com alguns dos picos mais difíceis do mundo.
Hoje, com melhores acessos catapultados das estradas principais e do moderno aeroporto de El Calafate, vêm aqui cada vez mais turistas comuns que ainda desfrutam das vistas naturais de tirar o fôlego.
El Chaltén continua sendo um lugar simples cheio de mochileiros e caminhantes com menos amigos, pousadas sem luxo e produtos básicos, mas calórico e saboroso. O que o traz aqui são duas montanhas espetaculares, desafios permanentes para os melhores escaladores do mundo.
Os picos de Fitzroy e Cerro Torre não são nem muito altos em comparação com as paredes dos Andes centrais ou do Himalaia, mas conquistados apenas pelos melhores. Este é o resultado de uma combinação desagradável de paredes verticais cobertas de gelo, vento ruim, condições meteorológicas imprevisíveis e crostas de gelo que se formam e descolam com a maior facilidade.
Embora seja possível chegar a mais de 8.000 metros no Everest, praticamente empurrado por seus guias, apenas os verdadeiros escaladores predominam nas montanhas de El Chaltén.
Para quem não quer se aventurar, já vale a pena fazer uma caminhada perto de sua base. Raposas, pica-paus, patos selvagens e outros pequenos mamíferos (pumas são cada vez mais raros). Se você tiver um bom guia, também fará um curso de geologia e botânica com explicações sobre a formação de geleiras, vales e vida local.
COMO CHEGAR LÁ
O aeroporto mais próximo é El Calafate, 200 km ao sul, nas margens do Lago Argentino, onde a Aerolineas Argentinas voa regularmente para o Aeroparque Buenos Aires. De El Calafate saem um bom número de ônibus que chegam a El Chaltén pela rodovia 40 (a rodovia que corta a Argentina de norte a sul) e pela rodovia 23.
COMO DIRIGIR
El Chaltén é tão pequeno e compacto que você tem que começar a trabalhar aqui. Na verdade, sem caminhar, não é seu, não é um destino para você.
ONDE DORMIR
Ao contrário de El Calafate, que está repleta de hotéis boutique e pousadas, a regra aqui é acomodação simples. Simples, mas confortável, com quartos aquecidos, café da manhã com alto teor calórico, móveis em estilo country e colchas pesadas. Até recentemente, as únicas alternativas eram acampamentos com barracas e chuveiros de gelo ou pousadas sem lei com beliches, muita cerveja e barulho. Esse cenário está mudando gradativamente com a chegada de hotéis com quartos com TVs LCD, áreas comuns com lareiras e poltronas confortáveis, spas (um acréscimo animador após um dia no frio) e até bons restaurantes.
Com o tempo: os celulares são ruins aqui, mas a Internet não é tão ruim.
ONDE COMER
Perto do “centro”, na praça principal ou ao longo da Avenida San Martín, existe uma boa oferta de restaurantes que servem pizzas, empanadas, galetos e papagaios a preços muito atrativos. Se você quer gastar um pouco mais, não deixe de experimentar os cordeiros assados na superfície, acompanhados de um bom vinho tinto argentino (nunca chileno). Algumas novas casas estão tentando estabelecer um serviço um pouco mais sofisticado, mas eles vêm e vão.
Muitos hotéis e pousadas contam com restaurantes próprios com comidas surpreendentemente deliciosas, com sopas, carnes e massas, todas ricas em calorias e de fácil digestão, a dieta ideal para os hóspedes das montanhas.